Frio é vida



Crônica #42 publicada no Diário de Santa Maria 10.05/2013 | N° 3449

No final da primavera passada, escrevi sobre minha aversão ao calor. O papo era que nem havia batido a entrada oficial do verão, e já estávamos nos deparando com temperaturas na faixa dos 36°C. Quando comecei a escrever essa crônica, na manhã de ontem (quinta-feira, 09/13), o termômetro aqui de casa marcava 7°C. Ainda faltam mais de 30 dias para o inverno oficializar no calendário seu tour 2013, mas... Sim, já podemos comemorar!

Seja bem-vinda, estação fria! Se o nobre leitor não recorda do que eu disse naquelas linhas de dezembro passado, segue um trecho: “Tenho uma teoria: o frio nivela as pessoas por aquilo que elas têm de melhor. Já o calor expõe tudo o que há de mais nocivo nelas”.

Leia a crônica da citação acima

Em março passado, também por aqui, fiz minha primeira saudação ao outono. O estalo da virada de chave foi ouvido quando ao chegar certa noite em casa, deparei-me com um belo prato de sopa fumegando na mesa da cozinha. “Mais uma vez: obrigado, Mamãe!”

Leia a crônica de março

E agora, em pleno início de maio, cá estamos nós com salutares temperaturas abaixo da cada dos 10°C. Espero que tenhamos um satisfatório final de outono e um inverno revigorante.

Dizem os antigos que um inverno bem ajustado, com geadas e clima gelado, tem, por exemplo, como benesse o extermínio de grande parte das pragas e mosquitos. Pode ser lenda, mas cresci ouvindo isso (e acredito nesse troço). Trocando em miúdos: quando a estação fria se manifestar dentro de seu diapasão correto, teremos menos problemas com aquela mosquitada dos infernos que nos assola nas noites de verão. Sem falar no restante do bicharedo e pragas mil. Pode surgir um cientista vindo sei lá da onde, PHD em sei lá o que me dizer que isso é pura balela, eu continuarei acreditando nos meus avós.

Estou ansiosamente esperando que a geada branqueie os gramados aqui de casa. Estou esperando a cena clássica de ver aquela “fumaça-fake” saindo das bocas dos viventes. Estou esperando o nevoeiro da manhã, o céu azul à tarde, e noites agradáveis debaixo das cobertas. Estou esperando a época de receber meus amigos em casa, como também visitá-los e devorarmos refeições quentes. Época boa para ouvir música, bons tempos para amar, ler, conversar com os camaradas e passear. A única parte difícil reside em dois pontos: sair das cobertas e enfrentar aquele banho quando os termômetros batem próximos ao zero. Aí temos de remontar nosso momento “galo cinza” e dominar a situação.

Por último, sinceramente, desejo que ninguém fique sem roupas quentes e cobertas nesses meses a seguir. Esse, muitas vezes, é o lado nefasto da estação fria. Por isso, caros leitores, não se esqueçam de desentocar aqueles apetrechos de inverno que não são mais utilizados por nós, e fiquemos ligados nas campanhas que devem começar a surgir em breve. Doe aos necessitados. 

Bom fim de outono e um ótimo, longo e prazeroso inverno para todos nós.


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